- Christina Borges
VIVER A PERDA: QUANDO PARECE QUE A DOR NÃO VAI TER FIM

VIVER A PERDA: quando parece que a dor não vai ter fim
Como a gente se sente indefeso, desprotegido quando a vida nos leva alguém que amamos.
E isso pode acontecer devido uma doença - que ainda não tem cura ou que tenha tratamento - mas não o suficiente para impedir que se “perca” uma pessoa que é muito querida.
Esse sentimento de perda pode vir diante de uma demência, que nos leva “ainda em vida” o pai, a mãe, o marido ou a esposa. Digo isso porque a esta doença neurodegenerativa rouba aos poucos a memória, a lucidez, a história da pessoa que se ama. Essa evolução diária ocorre com pequenas perdas de autonomia, ou esquecimentos que trazem prejuízos para o cotidiano, ou palavras que se fogem no meio de uma frase, e dia após dia a vitalidade, a coerência, a alegria vai se esvaindo...
E de repente, nos deparamos “sem” aquela pessoa de antes, mesmo ainda a tendo fisicamente estando ao lado. E a dor e o sofrimento se dão por não poder mais contar com as opiniões, o apoio e o “colo” que tantas vezes foram bons de receber. E aí vem o vazio...
Outras vezes, a doença é mais insidiosa, dilacerante, abrupta como um câncer - por exemplo – que apesar de ter tratamento e hoje muitos serem passíveis de cura e possíveis de ser vencidos! – mas algumas vezes nos “rouba” a pessoa tão querida. E aí novamente o vazio se faz...
E nós temos que aprender a viver com a falta, com a dor da ausência, com o luto. E mais adiante conviver com a saudade, que faz parte deste processo doloroso que é a vivência da perda. Mas quando se atinge este estágio, muitos momentos turbulentos - onde se oscila entre dias melhores e mais difíceis - já foram vividos.
Isso se dá porque raramente nos encontramos preparados para a finitude. Racionalmente sabemos que a vida nos reserva um fim, mas preferimos não pensar, evitar conversar, refletir sobre a morte como se a fosse possível driblar, somente com a negação de sua existência. Esse é uma tarefa individual, mas não solitária, de encontro com a nossa essência, e especialmente de viver o - e no - presente, seja ele qual for. Procurar e, aceitar ajuda, é importante para superar a tristeza e o vazio.
Essa ajuda pode vir da família, dos amigos, da religiosidade e, também, de um profissional capacitado.
O tratamento psicológico pode ser valioso para superar o luto e todos os sentimentos que se fazem presentes diante da perda de uma pessoa querida. Isso porque o luto pode ser patológico e impedir que a pessoa possa ressignificar a vida. E, se uma pessoa especial na sua vida não está mais presente, com certeza, existem outras para as quais você é importante e pelas quais a vida continua valendo à pena!
Sempre acho que se ainda estamos nesse planeta é porque a nossa “missão” ainda não terminou. E ao passar por uma situação limite – como a experiência da morte - devemos refletir sobre o valor de cada coisa ao nosso redor, de cada pessoa, dos propósitos, dos projetos que ainda podemos realizar e, especialmente, sobre o nosso papel - ao lado de quem ficou - para dar sequência na nossa jornada.
Nós, da Equipe do Cantinho, estamos aqui para ajudar você a trilhar o caminho de forma mais leve, com mais paz e tranquilidade no coração.
Por CHRISTINA BORGES
Psicóloga/ Mestre em Psicologia Clínica/Neurociências - Neuropsicologia
Cérebro Ativo – https: //www.facebook.com/cerebroativopsi (21) 98581.2121
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